Acredito que toda pessoa que curte artes marciais e cresceu nos anos 80 lembra desta frase do filme O último Dragão não é ? O vilão Sho Nuff pegando o jovem praticante de artes marciais Leroy Green pelos cabelos e perguntando a ele quem era o mestre. Leroy após um epifania responde que ele (Leroy) é o mestre e dá uma surra no vilão. Adoro esse filme até hoje.
Lembrei deste filme quando comecei a escrever este artigo porque me parece que a maioria daqueles garotos, que como eu cresceram nos anos 80 assistindo filmes de Kung Fu hoje estão por aí se intitulando MESTRES de Kung Fu sem nem ao menos terem se tornando bons alunos desta arte.
É incrível a quantidade de gente hoje em dia que se auto-intitula SIFU (professor/mestre de Kung Fu) nas redes sociais e tals. Pessoas muitas vezes despreparadas, arrogantes, com o ego maior do que suas supostas habilidades marciais.
Percebo nessas pessoas uma fragilidade psicológica e uma necessidade de se definir como algo "superior" pois do contrário suas vidas teriam de ser encaradas com o pragmatismo da verdade e muitas delas seriam, infelizmente, consideradas vidas vazias.
Acredito que precisamos crescer. Deixar ambições infantis no lugar delas (ou seja, lá atrás, em nossa infância), encararmos nossa realidade, entender o que somos e o que NÃO somos para somente assim realmente nos TORNAR o que queremos ser.
Você não é um MESTRE porque a diz que é um. Você é um MESTRE quando outros além de você te consideram um (e não apenas baseados na amizade ou vendo e ouvindo somente aquilo que você mostra e fala para eles) ,após você ter sentado para estudar, se movido para treinar (muito) antes de se levantar para querer ensinar.
Algumas pessoas me chamam de Mestre.
Eu sempre as corrijo: -Não sou um mestre, sou apenas um praticante. Mas se você quiser praticar comigo podemos treinar e aprender mais juntos.
Hoje em dia, mais do que nunca a frase de Sho Nuff se faz necessária : -Quem é (realmente) o Mestre?
